Primeiro debate do segundo turno marcado por troca de acusações entre presidenciáveis



Sem os demais concorrentes para dispersar o duelo, o primeiro debate entre Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT), na noite desta terça-feira (14), na Rede Bandeirantes, foi marcado por trocas de acusações e pouca discussão de propostas para o futuro governo. Os candidatos centraram suas falas em críticas a gestões passadas de ambos ou de seus partidos.
Dilma abriu o debate afirmando que Aécio votou contra a CMPF, que ao ser extinta retirou R$ 260 bilhões para a saúde. A candidata à reeleição também acusou Aécio de, quando governador de Minas Gerais, ter desviado R$ 7,6 milhões da saúde no Estado, o que gerou a assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) no Tribunal de Contas de Minas. O tucano rebateu afirmando que o Ministério da Saúde do próprio governo petista considera Minas Gerais como o Estado com melhor qualidade de atendimento em saúde no Sudeste.
Outra tônica do debate girou em torno das discussões sobre quem fala a verdade. Aécio afirmou que a campanha petista foi marcada por mentiras e acusações “cruéis”. Dilma devolveu o ataque afirmando que a propaganda tucana distorce a realidade ao reivindicar a paternidade do Bolsa Família.
A alta da inflação foi munição para Aécio acusar Dilma de “fracassar na política econômica” do país. O tucano citou a recomendação do secretário da Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland, de que a população consuma mais ovos e aves ao invés de carne devido à alta dos preços.
Já Dilma fez referência ao ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, indicado por Aécio como ministro da Fazenda em um eventual governo do PSDB, e criticou a gestão de Fernando Henrique Cardoso por deixar estourar o teto da meta de inflação por duas vezes. A petista questionou a escolha.
O embate ficou acalorado quando Aécio centrou fogo nas denúncias de corrupção na Petrobras, enquanto Dilma atacou com a polêmica sobre a construção de um aeroporto na cidade de Cláudio, próximo a uma fazenda de familiares do tucano.
Dilma ainda acusou Aécio de nepotismo, afirmando que ele emprega parentes no governo de Minas.
Na sequência, os candidatos discutiram políticas para combate à violência contra a mulher. Dilma destacou os avanços a partir da Lei Maria da Penha e o tucano criticou a falta de transferência de recursos para os Estados investirem no tema. O senador questionou o financiamento do governo federal a porto de Cuba. Dilma respondeu que a obra é considerada estratégica para o mundo e fará aumentar as exportações, acusando o ex-governador de tratar o assunto com “leviandade”.

A paternidade do Bolsa Família voltou a elevar o tom da discussão. Aécio insistiu em relacionar o programa à iniciativa anterior do PSDB, enquanto Dilma rebateu acusando o tucano de criar uma fábula sobre a origem do projeto. No quinto e último bloco, os candidatos tiveram dois minutos para considerações finais.
( Jornal Zero Hora)

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