O Avanço do DeFi: Estamos Rumo a uma Folha de Pagamento em Criptomoedas Estável?

 

Foto: Reprodução/Elluminati


O universo das Finanças Descentralizadas (DeFi) voltou a ganhar força em 2025. O Total Value Locked (TVL) — métrica que indica o valor total alocado em protocolos — alcançou US$ 160 bilhões, o maior patamar desde maio de 2022. Esse salto representa quase cinco vezes o valor visto no fundo do último ciclo e reacende o debate: estamos diante de um renascimento sustentável do setor ou apenas de mais uma onda passageira?


O que está impulsionando o crescimento do DeFi?

Dois protagonistas se destacam: Ethereum e Solana.

  • O TVL do Ethereum saltou de US$ 54 bilhões em julho para US$ 97 bilhões no terceiro trimestre (+50%).
  • Já a Solana, conhecida por sua escalabilidade, passou de US$ 10 bilhões para US$ 13 bilhões.

Os motores por trás desse movimento? Protocolos de empréstimos (Aave), staking líquido (Lido) e o emergente restaking (EigenLayer).

No entanto, boa parte dessa liquidez está ligada a operações de trading alavancado. Esse modelo gera oportunidades, mas também aumenta a fragilidade do sistema: quedas bruscas podem acionar liquidações em massa e provocar um efeito dominó entre protocolos interconectados.


Stablecoins: a peça-chave (e arriscada) da engrenagem

As stablecoins surgem como um alicerce no meio dessa volatilidade. Ativos como USDT e USDC, atrelados ao dólar, têm sido fundamentais não só para dar liquidez ao mercado, mas também para soluções reais de pagamento — incluindo folhas salariais em criptomoeda.

👉 Um exemplo marcante vem da Argentina, onde a inflação disparou e startups começaram a pagar salários em stablecoins, protegendo colaboradores da perda do poder de compra.

Vantagens das stablecoins:

  • Proteção contra volatilidade do mercado cripto.
  • Maior previsibilidade em pagamentos para empresas e trabalhadores.
  • Facilidade em transações internacionais, especialmente para equipes remotas.

Por outro lado, o setor ainda depende fortemente da confiança nos emissores e na regulação. Um problema de liquidez ou auditoria pode abalar todo o sistema.


Estratégias para PMEs cripto-friendly

Pequenas e médias empresas que desejam adotar soluções de crypto payroll precisam estar atentas a três pilares: regulação, gestão de risco e inovação.

  • Conformidade regulatória: seguir normas como o MiCA (Markets in Crypto-Assets Regulation) na União Europeia é essencial para atrair confiança e investimento.
  • Diversificação: equilibrar o uso de stablecoins com outros ativos e evitar exposição excessiva a trades alavancados.
  • Tecnologia de compliance: adotar ferramentas que auxiliem no cumprimento de exigências legais e na prevenção de fraudes.
  • Parcerias estratégicas: tanto locais quanto internacionais, para mitigar riscos geopolíticos.

Com o avanço do Web3 banking e de plataformas de pagamentos cripto, o pagamento de salários em stablecoins pode se tornar cada vez mais comum, sobretudo em startups e equipes globais.


Conclusão: o futuro do DeFi e das folhas de pagamento cripto

O salto no TVL do DeFi mostra que o setor voltou a atrair capital, mas também expõe fragilidades ligadas à dependência do trading alavancado. Por outro lado, as stablecoins oferecem estabilidade e podem consolidar-se como uma solução prática para empresas e trabalhadores, principalmente em economias instáveis.

O caminho é de oportunidades, mas exige cautela. Quem souber unir adaptação tecnológica, gestão de riscos e visão estratégica poderá não apenas sobreviver às próximas turbulências, mas também liderar a transformação das finanças digitais.

O futuro da folha de pagamento em cripto pode estar mais perto do que imaginamos.

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