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| Wagner Meier/Getty Images |
A cúpula preparatória para a COP30, realizada em Belém, acabou deixando um clima de decepção no ar. O evento, que deveria reunir grandes nomes da política mundial em torno do debate climático, teve presença de 57 chefes de Estado — o menor número desde 2019.
Entre os países do G20, apenas Reino Unido, Alemanha, França, União Europeia e União Africana enviaram seus líderes. Na prática, isso foi visto como um sinal de desinteresse global diante da urgência das questões ambientais e acabou enfraquecendo os esforços do governo brasileiro na preparação para a conferência de 2025.
A ausência das principais potências também chamou atenção. A China, maior emissora de gases do efeito estufa, enviou apenas o vice-primeiro-ministro. Os Estados Unidos, segundo maior poluidor, sequer mandaram representantes — um gesto interpretado como distanciamento do debate climático.
A Índia, terceira maior poluidora do planeta, não levou seu primeiro-ministro, Narendra Modi, preferindo enviar o ministro do Meio Ambiente. O país segue altamente dependente do carvão, que representa 70% de sua matriz energética, e tem evitado compromissos mais rigorosos sobre redução de emissões.
O Japão também ficou de fora. Mesmo sendo uma das maiores economias do mundo, a nação asiática vem se mostrando reticente em assumir metas mais ousadas.
Na América do Sul, os presidentes da Argentina e do Paraguai também não compareceram. As ausências foram vistas por analistas como um gesto político alinhado à postura do presidente norte-americano Donald Trump, que tradicionalmente se mostra cético em relação às mudanças climáticas.
Com a ausência de tantas lideranças, o encontro deixou claro que o desafio da COP30 vai além das metas ambientais: será preciso reconstruir a confiança e o engajamento político global diante da crise climática que ameaça o planeta.
