Javier Milei é eleito presidente da Argentina



Com 55,95% dos votos, economista venceu Sergio Massa no 2º turno e tomará posse em dezembro para 4 anos de mandato. Entre suas propostas estão dolarizar a economia e fechar o Banco Central.

O economista ultraliberal Javier Milei, do partido A Liberdade Avança, venceu, neste domingo (19), a eleição para a Presidência da Argentina. Com 86% das urnas apuradas, Milei foi eleito com 55,95% dos votos.


Com 44,04%, Sergio Massa, candidato da coligação governista e atual ministro da Economia, reconheceu a vitória de Milei em discurso. Milei tomará posse em dezembro para 4 anos de mandato.


A vitória de Milei foi uma virada, já que no primeiro turno Milei ficou em segundo lugar, atrás de Massa.





Aos 52 anos, Milei será o 52º presidente do país e terá que enfrentar a pior crise econômica em décadas, com a maior inflação em mais de 30 anos, dois quintos da população vivendo na pobreza e forte desvalorização cambial. Desafios agravados por uma dívida externa bilionária e pela falta de reservas internacionais.


Durante a campanha, ele encampou propostas radicais para atacar esses problemas, como promover a dolarização da economia Argentina e acabar com o Banco Central do país.




Quem é Javier Milei




Economista de formação, Milei se promove como um nome de fora da política tradicional que diz querer combater o que chama de "casta política" da Argentina.




Antes de se aproximar da política, ele atuou no setor privado, trabalhando em banco e em uma empresa que administrava aposentadorias e pensões. Também chegou a atuar como economista-chefe da Fundação Acordar, ligada ao peronista e ex-candidato à Presidência Daniel Scioli.





Professor universitário, Milei só se tornou mais conhecido do público argentino ao passar a ser convidado para falar em programas de rádio e, especialmente, TV.


Em 2021, com um discurso inflamado "contra tudo e contra todos", venceu sua primeira eleição para o cargo de deputado federal por seu partido A Liberdade Avança, fundado no mesmo ano.


Costuma ser comparado por analistas políticos ao ex-presidente americano Donald Trump e ao ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro.


A vida pessoal de Milei se tornou assunto na campanha com a publicação de uma biografia não autorizada pelo jornalista Juan Luis González, que mostra a relação do economista com o esoterismo depois da morte do cachorro dele, Conan, em 2017.


Milei clonou o animal e procurou formas de falar com ele após a morte. Amigos e conhecidos dizem que ele também se diz capaz de falar com economistas mortos.


Hoje, são quatro cachorros, todos mastins ingleses que pesam 90 quilos, segundo a imprensa argentina: Murray, Milton, Robert e Lucas. Milei costuma dizer que ele são "seus filhos de quatro patas" e ainda se refere a Conan, como quando discursou após vencer as prévias. "Obrigado, Conan, Murray, Milton, Robert e Lucas", disse Milei em 13 de agosto.


Os nomes dos cachorros homenageiam economistas que Milei admira: Murray Rothbard, Milton Friedman e Robert Lucas. Já o nome de Conan é uma referência ao filme "Conan, o Bárbaro", de 1982.


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